Por Daniel Galvão

O que empresas e relacionamentos têm em comum quando se trata de sucesso ou fracasso? Talvez você responda: ‘Muitas coisas’. Contudo, a principal delas, sem duvida, é a comunicação eficaz – ou não. O fato é que em plena ‘Era da Informação’ falta para muita gente o conhecimento básico de como tornar sua comunicação uma ferramenta poderosa que o ajude a subir degraus e superar desafios, inclusive entre mentores de negócios!

E, antes de mais nada, é preciso pontuar: comunicação não se trata tão somente de falar ou escrever. Na verdade, mais do que o conteúdo, a forma como se entrega o que se pretende vender – produto, serviço ou autoridade num segmento – é o que diferencia empresas e empreendedores no cada vez mais competitivo mercado atual.

E antes de especificar e exemplificar técnicas simples de serem aprendidas e que aperfeiçoam a comunicação, é preciso lembrar os seis elementos fundamentais envolvidos neste processo: emissor, receptor, canal, mensagem, código e ruído.

Fonte da mensagem, o emissor inicia todo o processo de comunicação sendo ele uma pessoa ou departamento de uma empresa. Por sua vez, o receptor é aquele para quem a mensagem é direcionada. E a ‘ponte’ que liga estes pontos é o canal – que pode ser representado por variadas formas (oral, escrita e visual).

A mensagem é o centro de toda e qualquer comunicação. É – ou deveria ser – a tradução do conteúdo. Já o código é o responsável por dar forma às ideias e objetivos (mensagem) que serão levados pelo emissor ao receptor. Por último, temos o ruído, ou seja, tudo o que distorce e modifica a entrega da mensagem em qualquer fase do processo de comunicação.

A importância da conexão para comunicar

Existe uma máxima que diz que ‘Sem conexão, não há comunicação’. E, por isso, falar sobre rapport é tão necessário. Eu sei que é bem possível que você já tenha lido ou ouvido algo a respeito desta técnica, mas simplificar aqui sua aplicação para que você treine com alguém ainda hoje, poderá te levar a outra fase deste jogo.

Por exemplo: se a pessoa com quem você interagir numa conversa cruzar os braços, faça um movimento similar, sem exageros. Acompanhe a linguagem corporal do receptor. Além disso, observe o volume e o ritmo de voz e se mantenha na mesma frequência. Ou seja: se este alguém fala baixo e devagar, converse desta forma. Se ele acelerar e falar mais alto, vá junto.

Não esqueça de também acompanhar a linguagem: falar de maneira rebuscada com quem tem um jeito de falar simples (ou vice versa) é deixar uma boa oportunidade de se conectar passar. O mesmo se aplica ao humor e as emoções. Se a pessoa demonstra alegria e euforia por algum resultado, acompanhe ressaltando a conquista e seus benefícios. Ser empático é fundamental para criar conexão verdadeira.

Mas, como mergulhar realmente no universo do outro? A resposta é simples tanto quanto transformadora: se interesse verdadeiramente pelo que ela tem a dizer. Seja genuíno quanto aos sentimentos demonstrados. Superficialidade desconecta e interrompe a comunicação.

Por sua vez, quando se trata de negócios é preciso investir cada vez mais no conhecimento do público-alvo e, mais especificamente, de seu lead. Com ajuda especializada, será possível encontrar um padrão comportamental de seus clientes e prospects e, com base nisso, definir as melhores estratégias de comunicação. Por exemplo: que tipo de código conecta melhor? Visual, textual ou oral? Que tipo de gatilho mental tem maior eficácia? Escassez, curiosidade ou história?

Dar à comunicação sua devida importância é investir no ativo mais valioso que um empreendedor (a) – ou marido/esposa/pais – pode fazer. E, em se tratando dos negócios, vale se inspirar na frase mais célebre daquele que é considerado até hoje o maior comunicador da TV brasileira, Abelardo Barbosa, o Chacrinha. ‘Quem não comunica, se trumbica’.

Daniel Galvão é jornalista há 20 anos, foi editor e chefe de reportagem de veículos no interior do Rio de Janeiro. É redator e palestrante internacional, especialista em comunicação para gestão de pessoas e vendas. Foi assessor de imprensa de entidades como Sesc e Federação de Conventions & Visitors Bureau. É diretor-adjunto de Comunicação Institucional da Associação Brasileira de Mentores de Negócios (Abmen). Depois de 5 anos na Espanha, vive atualmente nos Estados Unidos com a família onde empreende.