Ao mesmo tempo em que facilitou o acesso a informações, a internet também pulverizou uma série de conteúdos irrelevantes – que, na ânsia de aprender, muita gente acaba pagando caro e se arrependendo. Profissionais, coaches e consultores de diversas áreas se proclamam grandes especialistas para vender cursos online e, não raramente, as aulas acabam não correspondendo ao que prometeram.

As consequências mais visíveis são a perda de tempo e, muitas vezes, dinheiro. “E ainda, dependendo da área do curso, pode provocar consequências sérias para a pessoa ou para outros, caso as informações passadas pelo professor forem imprecisas. Por exemplo: um curso de alimentação saudável que ensine técnicas duvidosas pode provocar mal-estar ou até mesmo algo mais sério. Por isso, todo cuidado é pouco”, afirma o CEO e cofundador da eduK, Eduardo Lima.

Desta forma, é preciso ficar atento aos indícios de que determinado curso online é, na verdade, uma fraude. Veja alguns.

1 – “Quando a esmola é grande…”

Cursos que prometem mudar sua vida, aumentar exponencialmente seu salário ou outros milagres, merecem desconfiança. Em geral, é a instituição ou o ministrante que estão lucrando e o aluno perdendo tempo e dinheiro”, alerta a mentora de empreendedorismo da Associação Brasileira dos Mentores de Negócios (ABMEN), Patrícia Crepaldi.

2 – Procure recomendações

É comum a prática de divulgar avaliações públicas de alunos que já fizeram o curso. Leia os comentários atentamente, principalmente os negativos. “Como eles podem estar sendo filtrados para favorecer a empresa, é muito importante pesquisar também nas redes sociais e no Reclame Aqui para saber sobre eventuais problemas enfrentados por outros alunos”, aconselha Lima.

3 – Pesquise informações sobre o ministrante

É fundamental checar a bagagem do professor – afinal, a autopromoção é uma das almas deste tipo de negócio e é comum encontrar pessoas que se autoproclamam como grandes especialistas.

Por isso é muito importante avaliar a capacitação formal dos professores, buscando informações mais detalhadas do seu currículo profissional: graduações, pós-graduações, cursos de extensão, experiência profissional, cursos ministrados, participação em seminários, congressos, etc.” lista Lima. Analisar o currículo Lattes também é de grande valia.

Algumas atividades podem ser de caráter extremamente vivencial. Por isso, entender a bagagem desta pessoa também é muito importante. Mas não se prenda a posts bonitos ou mensagens envolvedoras: realmente questione a bagagem e a formação que essa pessoa tem”, orienta a advogada, coach e estrategista de carreiras, Thaís Lima.

4 – E sobre a empresa por trás

Verifique se o site apresenta endereço, razão social, telefone fixo e CNPJ para que você possa checar a idoneidade da empresa da qual pretende contratar um curso”, recomenda o consultor de empreendedorismo, Ricardo Veríssimo.

Ele dá outra dica interessante: no site Registro.br , é possível obter informações do CNPJ ou CPF que registrou um domínio na internet. Assim, você poderá verificar se há algum processo contra a empresa.

5 – Saiba mais sobre o curso

Verifique com cuidado a programação e se a carga horária é suficiente para abordar todos os tópicos prometidos, assim como a amostra de conteúdo que costuma ser disponibilizada.

6 – Atente-se à linguagem utilizada

Usar em excesso os chamados “gatilhos mentais” – um recurso conhecido entre os profissionais de marketing – também é um sinal de alerta. “São frases do tipo ‘Essas são as últimas vagas’, ‘Se você perder essa oportunidade, não sei se terá outra’, entre outras, que geram uma sensação de urgência na pessoa em fechar a compra do curso na hora. Essa pode ser apenas uma estratégia de vendas, mas também um meio de lucrar rápido, pois não dá ao aluno tempo de checar as informações do curso e pensar se ele é realmente relevante”, alerta Patrícia.

7 – Prefira cursos hospedados em plataformas reconhecidas

Hoje em dia existe uma febre de ‘produtores de conteúdo’ vendendo cursos online de forma independente. Nesse mar de opções, fica difícil confiar e fazer uma boa escolha. Portanto, uma empresa sólida no mercado tende a fazer uma curadoria mais rigorosa na escolha dos seus professores, colocando à disposição apenas os melhores e evitando os ‘aventureiros’”, comenta Lima. Alguns exemplos são Coursera, EduK, SESI, Udemy, Veduca e sites de universidades, como USP, Fundação Getúlio Vargas, Stanford e Yale.

Link original: http://conexao.segurosunimed.com.br/posts/como-evitar-ciladas-em-cursos-online